Eram 8h32m de 22 de maio quando Maria Selma Costa dos Santos fez a primeira ligação do seu último dia em liberdade. Telefonou para o motorista. Em seguida, para o segurança. Ela queria se certificar de que os funcionários chegariam no horário, porque tinha programado uma viagem a Petrópolis, às 9h. Acabou saindo de casa num carro da 59ª DP (Caxias), a caminho da prisão.
Antes de sair, recebeu uma ligação. Do outro lado da linha, estava a diarista Maria José da Silva Irmã. Com a voz ofegante, disse que se encontrava na delegacia e pediu que a patroa avisasse o marido dela. Em tom frio, Maria Selma respondeu que estava com a polícia, como se a notícia da prisão fosse insuficiente para afetar a firmeza com que costumava falar.
E se queixou. Não por ter a viagem a Petrópolis frustrada. Na frente dos policiais, encenou uma representação pouco convincente de uma idosa com a saúde debilitada, que não poderia mais ir ao médico. Era o fim de um tormento de testemunhas, entre familiares, vizinhos e funcionários, que viviam uma rotina de intimidações e ameaças, com depoimentos supervisionados por um advogado a serviço de Maria Selma.
Mas não era o fim das conversas telefônicas, grampeadas com autorização judicial para solucionar um crime que chocou o país: a execução de um empresário, morto a tiros na frente da casa da mãe, no Centro de Duque de Caxias, acusada de pagar R$ 20 mil pelo assassinato.
Depois de presa, Maria Selma falou com familiares, com um advogado e com a mãe de santo identificada como Cida. Enquanto familiares reagiam com consternação, a idosa não perdia a tranquilidade e a forma enérgica de falar. Mesmo cercada por fotógrafos na delegacia, tinha em mente a mesma preocupação que a teria motivado a planejar a morte do próprio filho: dinheiro. Só queria que fossem recuperados os R$ 147 mil apreendidos pela polícia na sua casa.
O trabalho da polícia
Mais de 6 mil escutas
A polícia teve acesso a mais de 6 mil conversas telefônicas autorizadas pela Justiça durante três meses para solucionar o assassinato do empresário José Fernandes dos Santos Reis, na tarde de 29 de novembro do ano passado. Mas foi a confissão da diarista Maria José da Silva Irmã que incriminou a idosa.
Prisão preventiva
As três pessoas acusadas de participação no crime foram presas temporariamente no dia 22 de maio deste ano, pela 59ª DP. Na última terça-feira, a 4ª Vara Criminal de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, decretou a prisão preventiva do trio por homicídio qualificado.
A investigação
Mesmo após as prisões, a polícia seguiu com as investigações e, agora, tenta obter a quebra do sigilo telefônico. Desta vez, o alvo da polícia é o segurança de rua Isaque Paula de Moraes. A polícia quer saber se ele contou com a participação de comparsas no crime.
Testamento falso?
A polícia investiga se um testamento que daria autonomia a Maria Selma encontrado na casa dela foi falsificado.
Marido desconhece
A suspeita surgiu após o depoimento do marido dela, José Geraldo dos Santos Reis, o Cazeca, de 91 anos. Ele disse que desconhece ter assinado um testamento. Se o crime for comprovado, Maria Selma também será indiciada por falsificação de documento público.
Mãe teria pago milícia para matar seu filho
Mais uma vez, os grampos telefônicos podem ajudar na investigação da morte do empresário José Fernandes dos Santos Reis, executado a tiros na frente da casa da mãe, no Centro de Duque de Caxias, na tarde de 29 de novembro do ano passado. Para Investigar a suposta participação de milicianos no crime, a polícia solicitou ontem à Justiça a quebra do sigilo telefônico de Isaque Paula de Moraes, de 22 anos, acusado de ter cometido o crime por R$ 20 mil — pagos pela mãe da vítima, Maria Selma Costa dos Santos, acusada de encomendar o assassinato.
A polícia irá investigar uma informação anônima, fornecida pelo Disque-Denúncia (2253-1177), sobre uma possível participação no crime de três integrantes da milícia que atua no Parque Fluminense, bairro de Duque de Caxias onde Isaque trabalhava como segurança de rua. A denúncia dava os apelidos dos milicianos: Mamute, Cacalino e Lagarto.
— Pedimos a quebra do sigilo telefônico para fazermos o cruzamento de dados para tentar identificar os outros autores — adiantou o delegado Márcio Esteves, da 59 DP (Duque de Caxias), responsável pela investigação do assassinato.
A principal hipótese da polícia, até agora, é que o crime foi cometido por Isaque, no carona de uma moto e com o apoio de outros dois comparsas. Além de Isaque, a polícia prendeu, há um mês, Maria Selma, de 70 anos, e a diarista Maria José da Silva Dias Irmã, acusada de pagar os R$ 20 mil a Isaque pelo crime.
Na última terça-feira, a 4 Vara Criminal de Duque de Caxias decretou a prisão preventiva dos envolvidos.
Mãe acusada de matar o filho ameaçava testemunhas do crime
Magra e de baixa estatura, Maria Selma Costa dos Santos, de 70 anos, possui um biotipo frágil. Mas tinha atitudes e hábitos que causavam calafrios naqueles que conviviam com ela.
Não esboçou reação de dor no enterro do filho, o empresário José Fernandes dos Santos Reis, morto a tiros na tarde de 29 de novembro de 2011, na Rua José de Alvarenga, Centro de Duque de Caxias. Apenas se aproximou do caixão, olhou para o filho e voltou a sentar, sem as lágrimas que costumam acompanhar o sofrimento de uma mãe que perde um filho.
A frieza no enterro reforçou as suspeitas de quem achava que ela estava por trás do crime, ocorrido no momento em que o filho saía do escritório montado na casa onde ela morava. Mas não houve quem ousasse enfrentá-la. Vizinhos e empregados chamados à delegacia eram ameaçados, caso expusessem as brigas entre Maria Selma e o filho. Depois, eram orientados pelo advogado dela e entregavam cópias dos depoimentos à idosa, que construía um dossiê próprio.
Com escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, a polícia registrou diálogos em que Maria Selma dizia se sentir acuada pelo depoimento de uma enfermeira, capaz de relatar como era a convivência dela com o filho morto.
A enfermeira foi contratada cinco meses antes do crime para cuidar do marido dela, José Geraldo dos Santos Reis, conhecido como Seu Caseca. Aos 91 anos, o idoso estava com a coluna fraturada, abaixo do peso e em condições precárias de higiene — na época, só tomava banho a cada 15 dias, quando uma das filhas ia visitá-lo.
Dinheiro ligava a família
O ambiente era impessoal. Quem convivia no casarão de cinco quartos da Rua José de Alvarenga, que virou cena de crime, garante que o dinheiro era o único elo familiar. Segundo pessoas próximas, só pai e filho tinham uma relação de carinho. Aliás, a casa virou motivo de briga entre mãe e filho. Fernandes queria pagar para passar o imóvel para o seu nome. A mãe não queria.
Na pior das brigas, a mãe acusou o filho de ladrão. Revoltado, ele disse que a agrediria, se ela fosse homem. O desaforo feriu o orgulho de mãe, atingindo a armadura emocional que ela gostava de exibir. Maria Selma passou a chorar. Dizia que a relação com o filho já tinha sido boa. Mas que ele iria pagar.
Fragilizado, Seu Caseca decidiu deixar a casa. Alheio às ameaças da mãe, Casequinha — como a vítima era conhecida na família — levou o pai para o seu apartamento na Barra, Zona Oeste do Rio, um mês antes de morrer.
Abandonada, Maria Selma passou a arquitetar a morte do filho para administrar o patrimônio milionário da família. Porque ele foi o único que ousou enfrentá-la. Após a morte de José, Maria Selma se mudou para uma cobertura da família, na mesma rua. E nunca mais colocou os pés na casa.
HISTÓRIAS DA IDOSA
Briga pelo patrimônio – Maria Selma orientou o advogado a levantar os bens da família, que tinha mais de 30 imóveis, em Duque de Caxias e em áreas nobres do Rio. Ela estava descontente com a expansão dos negócios do filho, que administrava o patrimônio da família e só prestava contas ao pai.
Hábitos estranhos – Maria Selma costumava fumar até dois maços de cigarro por dia. Na maioria das vezes, na varanda da casa da família. E tinha o estranho hábito de encher pelo menos cinco potes de iogurte com as cinzas. O curioso é que ela guardava os potes em cima da pia da cozinha.
Armas na cintura – Quando discutia, Maria Selma gostava de repetir uma história. Dizia que, certa vez, funcionários da prefeitura iriam tomar posse de um terreno da família. E, na ocasião, ela $ao local com duas armas na cintura, para impedi-los. Nenhum familiar desmentiu a história.
Passado suspeito – Um crime, ocorrido há mais de 30 anos, era tido como um mistério familiar. Na época, a família não aprovava um namoro da caçula de Selma, que tinha apenas 15 anos. O namorado foi morto a tiros, na porta de casa. A autoria do crime nunca foi desvendada.
Os comentários aqui postados são utilizados para analisar a reação do público diante de crimes praticados por mulheres:
Cleirci Figueiredo da Silva
COM UMA MÃE DESSA, NINGUÉM PRECISA DE INIMIGO.
Essa mulher não tem ideia de quanta maldição ela derramou sobre si mesma. Mandou executar aquele que a ampararia em sua velhice e no final dos seus dias. Tomara que ela nunca mais saia da prisão porque ela não tem direito a viver em sociedade, é um monstro.
jesusmeabane
Essa velha e uma maluca , mandar matar o filho ,tirar uma vida estragar a dela que ja esta no fim ,pra que uma pessoa com 70 anos vai querer tanto dinheiro isso e coisa do demonio…
Zeni
Graças a Deus, Foi para o inferno! Inferno vai ser a vida dessa velha daqui para frente, ganaciosa, bruxa maldita, tem que apodrecer na cadeia, ela não vai precisar de dinheiro pra levar pro inferno qdo morrer.
duff
Essa velha é uma maldita, agora ela vai administrar os bens atrás das grades.