Arquivo da categoria ‘Iara Félix’

Uma mulher de 30 anos foi presa na madrugada desta quinta-feira (3) suspeita de tentar matar os filhos de sete e nove anos, em São Joaquim de Bicas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. De acordo com a Polícia Militar (PM), por meio de uma denúncia anônima, os vizinhos relataram que uma criança gritava por socorro.

Ao chegar ao local, as crianças estavam sendo agredidos na rua pela mãe com mordidas e pedradas, informou a PM. A mulher foi presa em flagrante por tentativa de homicídio, segundo a polícia.

A polícia ainda informou que as crianças estavam com lesões pelo corpo e tiveram que ser encaminhadas para o Hospital de Pronto Socorro João XXIII (HPS), em Belo Horizonte. De acordo com a PM, a suspeita foi atendida em uma policlínica em São Joaquim de Bicas.

A PM disse também que o médico da unidade de saúde afirmou que a mulher pode ter problemas mentais. Ela foi levada para o Centro de Referência em Saúde Mental (Cersam) em Betim, na Grande BH. No centro, um funcionário informou que ela foi transferida para uma unidade de assistência da prefeitura. O G1 entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde de São Joaquim de Bicas e aguarda retorno.

Neta agride avô de 79 anos com pedaço de madeira em MT, diz polícia

A denúncia à polícia foi feita pela mãe da suspeita e filha da vítima. Aposentado teve ferimentos no braço e foi levado ao Pronto-Socorro.

Uma jovem de 20 anos foi detida pela Polícia Militar suspeita de agredir o avô de 79 anos usando um pedaço de madeira nesta quarta-feira (19) em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá. De acordo com informações da polícia, a vítima teve ferimentos no braço esquerdo e foi levada ao Pronto-Socorro Municipal para atendimento.

Ao chegar à residência da família, localizada no bairro Santa Luzia, no município, a mãe da suspeita informou que a filha e o avô estavam discutindo quando a jovem atacou o aposentado. A mãe disse ainda que a suspeita é usuária de drogas.

Comprovada a agressão, a polícia deu voz de prisão à suspeita e a encaminhou à Central de Flagrantes da Delegacia Municipal de Polícia Civil. Ainda segundo a polícia, ela deverá responder pelo crime de lesão corporal.

20/10/2011 09h16 – Atualizado em 20/10/2011 09h16

Mulher suspeita de esfaquear marido é denunciada pela filha, diz PM

Ela foi presa em flagrante na porta de casa, em Betim, na Grande BH. Homem ferido foi encaminhado para o hospital.Uma mulher foi presa em flagrante na porta de casa após esfaquear o marido na madrugada desta quinta-feira (20) no Bairro Parque das Acácias, em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Segundo a Polícia Militar, a filha do casal foi quem ligou para denunciar que o pai teria sido esfaqueado pela mãe.A Polícia Militar em Betim informou que vizinhos relataram que o motivo da agressão foi uma discussão entre o casal. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) prestou socorro. Ele foi encaminhado para Hospital Regional de Betim com três facadas no tórax, informou a PM.Até o momento da publicação desta matéria, a assessoria de imprensa do hospital não havia informado o estado de saúde do homem ferido.A mulher foi autuada em flagrante na Delegacia de Plantão de Betim e depois levada para o Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) Centro-Sul de Belo Horizonte.

NEGRIARA

Segundo a polícia, elas furtaram 60 peças de roupa neste sábado (12/05/2012).
Grupo agia em comércio do Centro de Belo Horizonte.

 

Quatro mulheres, incluindo uma idosa de 70 anos, foram presas neste sábado (12)
por suspeita de furtar roupas no comércio de Belo Horizonte. De acordo com a Polícia Militar (PM), elas fazem parte de uma quadrilha conhecida como “gangue das gordas” e agiam em lojas do Centro de Belo Horizonte.
Ainda segundo a polícia, as mulheres já haviam sido filmadas pelo circuito interno de várias lojas e vinham sendo monitoradas pela PM há algum tempo. Elas foram presas na Avenida Paraná, quando saiam de uma loja.
A PM informou que militares faziam patrulhamento no Centro da capital e se depararam com as mulheres deixando o estabelecimento em atitude suspeita. Elas foram abordadas, e o gerente confirmou que as mercadorias não haviam sido pagas, segundo a polícia. Com o grupo, foram encontradas 60 peças de roupas.
A idosa, duas mulheres de 37 anos e uma de 47 anos foram levadas para a Delegacia de Plantão do Centro.

NEGRIARA

Uma grande parte das Mulheres que ingressam no Sistema Prisional Feminino carrega consigo reflexos negativos, como por exemplo: – Crises Emocionais, resultantes de experiências vivenciadas sofridas e diversificadas.

Entre estas, há um percentual considerável de Mulheres Encarceradas, no País, com comprometimentos emocionais, e, sérias sequelas.

Consequências adversas,
resultantes de barbáries, reviventes de condições impensáveis…
Enfim, situações inenarráveis, que se dá
em virtudes circunstanciais de natureza gravíssima!
*Nota Breve:
H
istórico de Violências Sofridas –
Sendo:
*

*Algumas nos próprios lares, vítimas de maus-tratos, abusam de todas as naturezas, bem como incitação ao uso, consumo de drogas ilícitas (própria, ou de familiares, e terceiros).

Indizivelmente, sendo em grande escala, práticas traumáticas, sofridas, choradas e adquiridas, “por elas” que entre outros tantos: – *– Pela obrigatoriedade, terror e medo, que forçosamente, viabilizam “concessões e facilidades”; *– Em razão de direcionado discurso, repleto de manifestação que propõe reflexão, a fim de advertir, alertar, comunicar, sobre possíveis inseguranças, conhecidas desconhecidas. *– Que possa ou não, ter sua veracidade, podendo, contudo, ofertar credibilidade, atentando-se: *-Fato de estar sendo foco ou não de ameaças, pressão e/ou opressão… *– induzindo o acesso e checagem com integração à divulgação por nossos veículos enviados e distribuídos. *– Encaminhamento de maneira ágil, facilitando o acesso às notícias e, possibilitando de desconhecimentos, em razão das inobservâncias, quanto às possíveis consequências, necessidade de exercitar possibilidades variadas e legalmente inadmissíveis.

Relatos retratados por confidencias e desabafos que focam Históricos de violências sofridas…

*Violências estas, abrangentes, onde algumas ocorrências:

– Deram-se nos próprios lares,
– Tornando algumas, vítimas de maus-tratos…
– Submetidas a abusos de todas as naturezas,
– bem como incitação ao uso, consumo de drogas ilícitas (própria ou de familiares, e terceiros).
Considerações:

Obviamente que tais fatores, não significam que estas situações, possam ser consideradas como as grandes responsáveis pela criminalidade ou pela entrada da mulher no sistema prisional.

Endossar dando veracidade a tal afirmação seria informação absurda, inviável e comprometedora, o que não diz respeito a nossa forma de trabalhar, agir e exercer nossos papeis com respeito e ética.

Uma vez que, ignorar a trajetória de uma parte imensa e extensa de mulheres que viveram e vivem em condições extremas, vitimadas pelas mais intensas historias que reúnem violências, abandono, isolamento, miserabilidade, e agressão em um único contexto, e nem por isso, delinquiram, ou entraram para o mundo do crime.

Por: *Elizabeth Misciasci

Podemos entender é que a condição de pessoa presa, tanto pela impossibilidade de ir e vir, sob uma “assistida, estreita e limitada liberdade”, quanto pelas arbitrariedades, abusos e sevícias que ocorrem muitas vezes até mesmo dentro de determinadas unidades prisionais, (em situações específicas, esporadicamente ocasionadas até pelas próprias apenadas entre si), constitui mais um elo contínuo e sequêncial de múltiplas violências, que acabam delineando a trajetória de uma parte da população feminina. Isto, sem entrar no mérito físico, que trata das péssimas condições de moradia, falta de trabalho, desestrutura quanto ao acolhimento, enfim.

Castigadas por este contexto primitivo e impetuoso, que se traduz mediante escarmento, extensamente em contínuas agressividades, muito mulheres se adéquam. Uma vez que, sem pressupor a possibilidade de outra forma de vida, transformam-se em protagonistas, vítimas de historias perversas, que atravessam o tempo e suas etapas “costumeiramente normais” (que seriam normais, se fossem em outras circunstâncias) seguindo um fluxo “natural” (natural apenas sob uma sequelada e ingênua ótica), mas, que, no entanto, atipicamente, sobrepõe à regra…

 Restando somente às protagonistas, vivenciar esperançosos os episódios dessa trama, onde cada ato exige plena coragem de suas personagens para que, vivam e sobrevivam aos próximos capítulos, escritos por mãos impiedosas, onde o crudelíssimo é um constante e definitivo pano de fundo.  

Amordaçada nesta corrente, perpetuando fereza no longo trajeto, iniciado ainda no útero materno. Atravessando a infância, a adolescência, à juventude, precocemente vitimando a menina, pela agressividade persistente no seio familiar, sendo continuamente ferida com a brutalidade capaz de arrancar gotas de sangue derramando-as pela estrada da vida; seguindo a um atípico casamento, envolto numa falsa redoma, capacitando desumanamente o aprisionar, que tornou refém, a jovem noiva, foi transformando um contexto, caracterizando o circulo inescrupulosamente vicioso


Um
ciclo de violência, que por natureza, comprovadamente inserida pela existente aptidão ou poder de atração, para tornar-se companheira da fatalidade, chegando finalmente às tradicionais e até então (na ocasião) barbáries praticadas por policiais, ofertando mais elos capazes de aumentar a inquebrável corrente da dor, dando-nos a convicção que essa, se completaria na inclusão penitenciária.

Proporcionando-nos a crença, que este processo formado pelo circulo vicioso, certamente persistiria, acentuando-se nas galerias dos cárceres…

Porém, sinalizando que muito provavelmente o recomeço numa nova história, onde estando fora das grades e distante o bastante das muralhas, não era atestado em garantias de que as agressividades vividas por aquela vida, já tão marcada pelo sofrimento e perversidade, não estaria fugaz das adversidades, nem tão pouco, tornaria improvável que este severo círculo vicioso, predestinado atroz, que perseguindo insistentemente a fim de proporcionar muito mais que um padecimento, se findaria.

E assim foi como prenunciado…

O ciclo de violências, (já pressentido e preocupante) recomeçou, desdobrando-se, tal qual antecipadamente prognosticamos. Porém, com o pernicioso agravante de ser habilidoso e apto para estabelecer mais um elo, conseguinte, capaz de compor inúmeros e variados problemas na vida das egressas e ex-reducandas.

Buscando chamar a atenção para a manutenção da população prisional feminina , que por ser muito pequena se comparada à masculina, nunca mereceu, ou recebeu uma atenção específica. A despreocupação de órgãos responsáveis, e do Poder Público, se arrastou e nunca antes, havia se voltado o olhar para a mulher encarcerada.

Sobrando à esta, o descaso, a discriminação, (inclusive dentro da própria comunidade, o pouco voluntariado voltado para a mulher reclusa…) e o abandono extensivo, também do Estado Maior, como elemento desumano e despreparado para com sua prisioneira.


Até então, não se percebia pessoas efetivamente preocupadas em compreender ou contribuir para que a realidade pudesse ser outra, menos indigna.

Assim, os motivos e circunstâncias em que mulheres praticavam crimes se limitavam apenas ao interesse de poucos, (como matéria) á estudos e pesquisas catedráticas.

Ajuda e Empenho… Dificilmente Encontramos!

*Ajuda no sentido de prevenir a criminalidade feminina,
*E
mpenho
para que possamos manter e ampliar projetos, projetos estes especificamente para serem direcionadas as mulheres nas condições de pessoas presas.

Esta é uma realidade que vamos tentando mudar, acreditando na efetiva
colaboração, e Melhorias práticas de fato e de direito para as nossas reeducandas, em seu

Ambiente Carcerário

Por inúmeras vezes, fui muito questionada por pessoas das mais variadas áreas profissionais e classes sociais também diversificadas. **A questão surpreendentemente abordada:**

– Se o ambiente carcerário, é/seria apenas um meio artificial que não permitiria de fato reabilitar a pessoa reclusa.(?)

Assim sendo, com uma opinião não tanto particular, mas sempre deixando claro ser meu ponto de vista. Assim fiz, aliás, é como sempre faço! Minhas colocações, mesmo tendo quem discordasse e discorde, de algumas opiniões. Pois, ainda é esta a minha forma de pensar, e agir, pois é assim que atuo, idealizo, luto e acredito.

Falo, embasada em fatos reais, inclusive, buscando atualizar informações e minhas publicações. São as práticas (não teorias) que me alimentam de notícias e me nutrem para cada vez mais, saber lidar com as mais complexas situações, as tão diferentes pessoas e as especificidades que envolvem conduta carcerária, vínculos familiares, andamentos processuais, enfim.

Afirmar que o ambiente carcerário é um meio artificial que não permite reabilitar pessoa reclusa, sob meu parecer, não é de forma alguma uma afirmativa que pode ser aceita.Mesmo porque, além do fato de cada caso ser um caso isolado, há a personalidade de cada ser humano que se diferencia e unidades bem estruturadas.

Como Jornalista, Humanista, pesquisadora, enfim, atuando diretamente no sistema prisional, com funcionários, diretorias e principalmente com reeducandos, tenho condições de falar com certeza sobre o Sistema Carcerário, por total conhecimento de causa.

Assim como em todas as empresas, as instituições familiares e os mais diversos setores da vida, há regimentos, normas e regras à serem seguidas. É pela existência dessas regras, colocadas em prática, que favorece de maneira positiva o núcleo, provocando a responsabilidade da pessoa em situação de prisão, que em virtude da exigida pontualidade, vão se moldando também sob este prisma.

Essa preocupação demonstrada por quem esta privado da liberdade de ir e vir, é surpreendente, uma vez que, para a maioria da população carcerária, ter um compromisso diário, com comprometimentos regulamentados, e horários a serem honrados, é bem mais significativo do se possa pressumir.

Além da motivação provocada, que não é exigencia cobrada em função de posturas, condutas, proceder ou pelo artigo, ou delito praticado, mais sim, pela conduta responsável em honrar a obrigação contratada.

O fato de ter um(a) reeducando(a) o compromisso contínuo, importante, sendo oportunizado para poucos, e obrigando a se apresentar com pontualidade, além de atribuir missão conceituada como importantíssimo, vai inserindo e incentivando, o respeito e a disciplina.

Pode parecer “tão pouco” ou uma “bobagem sem proveito a ser utilizado!, mas, é por este detalhe, quase nunca observado ou comentado, que a grande massa, adquire mais uma aprendizagem, capaz de moldá-lo, a fim de atrair atenção pelo cotiadiano e compromissos “agendados”.em seus dia-a-dias inclucando, e beneficamemnte inserindo o ser segregado, mais disciplinar siga de forma organizada, tranqüila e funcional, o que chamo de organização operacional.

Claro que cada seguimento, seja ele profissional, pessoal, ideológico, enfim, existem princípios e normas disciplinares que mesmo diversificadas, são necessárias. No mundo ‘entre grades’, estas normas não são diferentes e nem poderiam ser, pois é dentro do ambiente carcerário que se procura educar ou reeducar um indivíduo. Razão até pela qual, são mantidos regimes disciplinares rígidos e até os mais severos, como as Penitenciárias Federais de Máxima Segurança. Educação capacitação e Reabilitação

A Educação assim como o trabalho é mais um aspecto fundamental para a capacitação, profissionalização e reabilitação da pessoa presa. Muitos dos que adentram os presídios para o cumprimento de pena, mal sabem ler ou escrever e dentro do próprio cárcere, concluem seus estudos e adquirem seus certificados, o que resulta de forma positiva e incentivadora, pois muitos não tiveram na rua, esta oportunidade.

O efeito que a Educação pode provocar no indivíduo recluso, já demonstrou ser tão benéfico e fundamental, que hoje, temos vários sentenciados, cursando Universidades e voltando para o presídio após as aulas, o que se torna para muitos uma vida menos problemática e com maiores probabilidades de recomeçar a nova jornada, após o cumprimento da pena.


Outro f
ator que se destacada sendo de máxima valia para a Reabilitação, esta no bom funcionamento de uma Unidade prisional. Propiciando projetos e possibilitando a integração, do todo; seja para a realização eventos, os trabalhos desenvolvidos, (como oficinas culturais, laboratórios).

Pois os projetos sociais e culturais, ensinos religiosos, e empresas, fazem a grande diferença, para a pessoa privada de liberdade. Já que as empresas, oferecem emprego, e capacitam profissionalmente. Enquanto Indubitavelmente, a arteterapia, os projetos e a religião, estimulam, disciplinam e moldam um ser segregado, ofertando tudo para que a pessoa encarcerada encontre um norte e possa se reabilitar dentro da realidade, no mundo extra grades.

Sempre busquei atuar com disciplina e ética, através da minha doação humana, plena, intensa, e dedicada, mantendo o olhar voltado para tudo e paratodos. tentando prestar minha pequenina contribuição à sociedade, que desenvolvo por tanto tempo e de forma voluntária os trabalhos nos cárceres.

e é através destes 25 (vinte e cinco longos anos de intensas emoções, desgastantes situações, degradantes constatações, e decepcionadas lágrimas que em sigilo, silêncio, e silenciando, derramei e tanto derramo…), mas, é também através dos trabalhos que desenvolvo de maneira íntegra, que laços inquebráveis foram firmados e me são raros e preciosos, onde movida de esperanças, crenças e idealizações, sou sonho contínuo… Crédula dedicada e entregue aos desafios que tornam possíveis e bem aventuradas as Realizações! Permanecendo Indiferente ás ofensas, às leigas opiniões e ignoráveis descriminações! Sou feita coração, e assim, caminhando, trilho por estradas paralelas, carregando o especial poder do discernimento, a riqueza da aprendizagem que é a preciosa propriedade intelectual adquirida, e, onde permissiva afirmo segura e orgulhosa a experiência adquirida, vindas inclusive os com retornos impagáveis, pela aptidão da vivida e que ainda vivo desde que passei a atuar em cárceres com o voluntariado em 1987.

*Nota:- Por Elizabeth Misciasci – O texto pode ser copiado, reproduzido, acrescentado em teses, artigos e tccs, trabalhos, pesquisas, desde que não seja alterado, nem mudado o teor e mencionada a autora, endereço e fonte.

 http://www.eunanet.net/beth/news/topicos/informativo9.htm

Estrangeiras detidas no Brasil

Por:- Elizabeth Misciasci

É alarmante, o número de mulheres das mais variadas regiões do mundo, que são abordadas e presas em flagrante delito no Brasil. A maioria das acusações imputadas á estrangeiras, como todos sabem é o tráfico de drogas, “artigo 12 do C.P.B.” (Código Penal Brasileiro); ou o tráfico de mulheres.


No que diz respeito ao crime tipificado como tráfico de mulheres “art. 231 C.P.B.” (Código Penal Brasileiro) a legislação é muito confusa, e no caso de tráfico de crianças, é mais confusa ainda. O citado artigo trata apenas de tráfico de mulheres e não abrange homens nem meninos.


Talvez em virtude da falta de clareza da Lei quanto a estes crimes, perdura uma insistência por parte de alguns em registrar que tais delitos, não são praticados, ou não estão relacionados ás prisões de Estrangeiras no Brasil.
No entanto, já temos mulheres de outras nacionalidades, que configurada a culpa, encontram-se apenadas também por infrações diversificadas.
O preceito existente na obrigatoriedade de alguns consulados, quanto ao cumprimento das ações junto as suas “compatriotas delinqüentes” é temática quase sempre desprezada.


Embora nos cárceres, existam problemáticas generalizadas e sem distinção sexual, há casos de impiedosas ações discriminatórias, e violentas com a massa carcerária estrangeira.
Diante de tais práticas, arbitrarias e cruéis, quando levadas ao conhecimento dos representantes consulados, nem sempre recebem atenção. Mesmo em forma de desesperados apelos, estes, são respondidos pelo agente, com inércia, onde se demonstra um total e costumeiro desinteresse.


Pressupõe-se então, que a estrangeira na condição de pessoa presa, é vista apenas como problema, não só para o Estado, mais principalmente, para os consulados que pouco ou quase nada se empenham na busca de soluções que amenizem os atos tirânicos sofridos, e seus agravantes.


Sem qualquer ação, que possa atender às necessidades básicas, porém, totalmente essenciais de sobrevivência entre grades, as “transgressoras estrangeiras”, diante de uma carência continuada, vão se transformando.
A estadia no cárcere de 60% (sessenta por cento) das mulheres pode provocar nestas, impensáveis mudanças comportamentais (o que consequentemente se estende) sob todos os aspectos, num ciclo que compreende o período do ingresso até sua saída.

Essa alteração de hábito e comportamento é considerada “normal”, pois além de ter que se adaptar a nova condição de sobrevivência, outros importantes e consideráveis elementos interligados, torna-se fatores exclusivamente indispensáveis, para a garantia e segurança da sentenciada, enquanto cumpre sua pena.


Com a existência de “duas leis”, a do Judiciário e a do Crime, (sendo que, a segunda, normalmente é a que aplica as penas mais “pesadas”… e esta, não perdoa erros) as mulheres estrangeiras, tornam-se mais perdidas com uma sobrecarga de sofrimento acentuada, diante de um campo de novas normas que se alastra no mundo do desconhecido.


A partir destas novas normas, propondo, ou melhor, impondo que hábitos, costumes, e experiências passadas, sejam modificados, começa então um processo de perdas, gerados pelas imposições, que devem ser seguidos fielmente, dentro do “proceder” (que significa ética, normas, e comportamentos).

 

A Estrangeira Melanie Wener - Alemã detida no Brasil desde 2004

 


SSe para as mulheres que se encontram, na condição de pessoa presa no próprio País, as regras, são sofridas e de difícil adaptação, para as Estrangeiras, “o proceder” e a sobrevivência é muito mais penoso. Uma vez que, as precariedades, sevícias, abandono, doenças, enfim, vão tornando gradativamente as aprisionadas, em mulheres transformadas, independente do tempo no cárcere (uma vez que existem códigos e condutas, estas servem para todos)…

Assim, “condicionadas as diferentes normas e ao novo tipo de vida” cada uma responde de forma diferenciada. Umas buscam o entrosamento e amizades, visando proteção e amparo. Outras entram em profunda depressão, e não saem de suas celas “jegas” (camas de alvenaria).

Há os casos daquelas que por terem habilidades tanto para a mão de obra, quanto no idioma, conseguem trabalho mais rápido, (o que também é sempre muito difícil) assim, vão remindo pena, e encurtando o tempo de permanência dentro das muralhas. Em contra partida, as mais fracas, e predispostas, mergulham totalmente no universo das drogas, até a morte.

Em razão da facilidade na aquisição de diferentes entorpecentes, bem como a destilação para composição de bebidas e conseqüente fabricação “clandestina” de substâncias químicas variadas, formam-se então dois tipos de perfil do feminil estrangeiro aprisionado.
Não sendo estes “produzidos ou consumidos” exclusivamente pelas estrangeiras, (muito embora, algumas conheçam práticas fáceis para confecções de alucinógenos e derivados) e ensinem as companheiras.

Em virtude da escassez de oficinas de trabalho, a falta de aptidão profissional, as carências e total ausência de ganho em numerários, vão tornando mais difíceis o dia a dia das Encarceradas. Sem ocupação, ou remuneração para suprir despesas cotidianas, vão levando estas mulheres a buscar uma forma de obter renda.

Em especial, as Estrangeiras, após um razoável período no ambiente carcerário, sem visita, sem “jumbo” (compra de produtos autorizados e utilizados nos presídios) e tendo que manter o próprio sustento, como exemplo: O vício do cigarro, a aquisição de produtos como absorventes, xampus, cremes, bolachas, sabonetes, e que há muito se tornaram inacessíveis, embora necessários, levam-nas (algumas) a condição de “comerciantes” com clientela certa.

Pela célere forma na obtenção alta de caixa e lucros, o tráfico interno, é normalmente “empreitada as escusas” utilizadas por muitas, não sendo as Estrangeiras pioneiras na distribuição ou mantenedoras de cartéis que se formam nos Presídios Femininos.

Se por um lado, existe a venda, por outro, o consumo é ainda maior. O que se tem notícia, é que as assíduas consumidoras, além da freqüência na aquisição e o uso excessivo, demonstram desinteresse pelas conseqüências e históricos de autodestruição, com várias ocorrências de tentativas de homicídio em seus prontuários.

As estrangeiras que já cumpriram ou ainda cumprem pena no Brasil, além de passarem por processos difíceis de adaptação, carregam um sofrimento em longo prazo e demoram a aceitarem as condições “legais” que regem a vida dentro dos cárceres bem como o recomeço, fora deles. Normalmente ao ingressarem no sistema prisional feminino brasileiro, evitam amizades ou contatos, desconfiam de todos e ao mesmo tempo em que se discriminizam, também minimizam a massa carcerária. Todas as que não sejam “conterrâneas”.

Portadoras de uma inicial segurança aparente, quando adentram os cárceres são regionalistas ao extremo, poucas entendem nosso idioma, e vice versa, o que agrava o sofrimento, já que não consegue de imediato se expressar. Há muitas, que desafiam as companheiras, com a incessante descrença na Lei Brasileira, o que leva a maioria a usar um jargão comum e conhecido nos mais diversos dialetos “Brasil é terra de ninguém, porque aqui tudo entra, todos podem tudo”…

As que antes não se intimidavam com as leis do Brasil, e acreditavam no amparo oferecido pelo consulado, passam bastante tempo para assimilar e principalmente aceitar as dificuldades (que são muitas), entre estas o abandono, o dialeto, enfim a posteriori discordância da sentença imposta e a ser cumprida.

Assim, levando-se em conta, diversos fatores relacionados, desde as razões que levaram ao delito, à tipicidade deste, a idade, formação escolar e familiar, as aptidões para o exercício da mão de obra no cárcere, enfim, vão mudando a visão e as formas como as estrangeiras passaram o tempo encarcerado… Tudo isso, sem relatar a “costumeira” possibilidade de ter adentrado muralhas em estado de gravidez, e a dificuldade de compreensão e aceitação no que diz respeito à certeira separação.

Em terra alheia, sem nenhuma ajuda ou proposta a ser oferecida, se auto-excluindo, descriminando as companheiras que integram a massa carcerária e aguardando julgamento, a única condição que lhe resta, vem do próprio Estado. Na verdade é difícil vencer a desconfiança de pessoas, quando estas estão numa “instituição total”, ou seja, que têm sua vida totalmente controlada.

Sendo assim, recebem cuidados e o mesmo tratamento que as demais. Sobretudo há uma preocupação maior, e por esta razão, recebem um total e direcionado amparo psicológico, com a observância principal em relação às carências e as necessidades. Para as Estrangeiras desprovidas de recursos, distante dos familiares e sentindo dolorosas carências, a maioria, se utiliza da assistência judiciária gratuita e esta, que deveria ser dos Consulados, chegam completamente e tão somente, pelo Estado brasileiro.

 

Homossexualidade 

A falta da reciprocidade afetiva e solidária dos maridos vai acarretando uma carência afetiva muito grande e, num ambiente exclusivamente feminino, elas acabam se envolvendo umas com as outras.

Há uma estimativa, de que em algumas Penitenciárias Femininas, bem mais da metade das internas “é” ou “está” vivendo suas intimidade como/com homossexual.
Para evitar conflitos as administrações das unidades, admitem remanejamentos na disposição original das reeducandas nas celas.

Assim sendo é normal que as “casadas” durmam em uma mesma cela, um espaço com mulheres na mesma condição. (Isso só se torna impraticável em caso de superlotação).

M.S.A, 34, condenada há 27 anos por “vários delitos”, e A.R.T., 40, com 21 anos de pena por latrocínio (roubo seguido de morte), formam um casal típico nessas condições, uma vez que as duas se conheceram “ali” (em um Presídio) já faz 14 anos. Abandonadas, carentes e tendo muitas coisas em comum, se apaixonaram e vivem uma vida de casadas há doze anos.
No aconchego do ombro da parceira, M.S.A. fala sobre sua relação, que para algumas ainda é visto como um tabu, possibilitando entender o desprezo de uma pequena parte das internas pela íntima: “Eu prefiro mil vezes ficar aqui em uma cela com o “meu amor” do que receber alguém uma vez por mês em uma cama fria de cimento. Minha íntima é permanente” pontua.

A convivência e aceitação dos pares homossexuais, porém, quase sempre, só vale para quem está lá dentro. Se casos de intimidades ocorrem através de visitas, (o que é quase impossível) não é permitido, bem como visitas íntimas vindas da rua.

Íntima sem intimidade
Há ainda parte das reeducandas que rejeitam a visita íntima, talvez pelo constrangimento de atravessar pavilhões e alamedas na vista de outras, para ir ao encontro do parceiro, ou por conformidade de ter a certeza de que esta não ocorrerá.
E a tal privacidade?
Outro fator, que contribui para a união de duas mulheres, pois além de “se livrar” do já caracterizado e sabido abandono, a privacidade numa cela em que mora apenas duas ou quatro é muito maior, do que em dia de visita íntima. Uma vez que, na porta que dá acesso à ala de “x” para as íntimas, ficam guardas e o chamado “terror das sinetas” também tocam, ao menor ruído…
 Fonte: http://www.eunanet.net/beth/news/topicos/homossexualismo_na_cadeia.htm

Em dia de visita nos Presídios de Mulheres

As visitas, para os que estão na condição de pessoa presa diferem. Os que estão em Presídios, recebem seus parentes, sob normas limitadas, que se estendem em regras sem exceções, e vai desde os dias determinados para o contato, às vestimentas com respectivos acessórios, calçados dos visitantes, número de visitas, lista de rol autorizado e determinado pela pessoa reclusa, e produtos a serem entregues pelos visitantes aos visitados (o chamado “jumbo”).
Já para quem se encontram em delegacias, as normas (embora não menos rígidas) são diferentes e variam.
No presídio, a pessoa detida, apresenta uma relação de no máximo oito visitantes autorizados a visitá-la “rol de visitas”. Esta lista dá direito á visita, apenas aos familiares com parentesco de primeiro grau, que são cadastrados e “checados” junto ao Instituto de identificação, para certificação de que a pessoa relacionada, não esta em cumprimento de pena, ou se esquivando de possível mandato de prisão, sendo foragido (a).
Quando se trata de pessoa estrangeira, ou abandonada pelos familiares, o rol pode ser alterado de acordo com a complacência da Direção geral da unidade, podendo então dar permissão a duas pessoas comprovadamente amigas, a entrar no presídio.
A cada visita, (quase sempre aos domingos) apenas duas pessoas podem visitar seus parentes. Em se tratando de crianças, estas precisam estar acompanhadas de pessoas de maior idade e ás vezes, necessitam apresentar autorização expedida pelo juizado da vara da infância e juventude. Apesar de as visitas ficarem restritas aos domingos, o chamado “jumbo” pode ser postado durante os dias da semana, em horários que normalmente vão das 09h00min até as 16h00min h.
O “jumbo” é totalmente revistado na frente da pessoa que esta enviando, enquanto cada item já checado é relacionado em uma ficha em três vias.
No final da checagem completa e relatada dos pertences deixados, a pessoa que transportou e acompanhou a vistoria, assina a cópia do que pediu para ser encaminhado para a pessoa detida (Jumbo) fica com uma cópia, a segunda via vai junto com as compras para que o “beneficiário” confira e a terceira, fica no setor responsável.
Embora não seja proibido, o mais sensato e recomendado inclusive pelos funcionários das unidades é que evitem levar “jumbo” em dia de visita e sim alimentos prontos (em refratários plásticos) sobremesas e refrigerantes (garrafas pets). Isso para evitar a demora em filas de “revista”, e dar mais durabilidade de permanência junto à pessoa visitada.
Normalmente, a mulher quando ingressa no sistema prisional, passa de dez ou quinze dias às vezes até trinta, para sair do R.O. (Regime de Observação) em algumas unidades é conhecido como “escolinha”. No R.O. as reeducandas, normalmente tomam ciência das normas da unidade, o que é plausível de punição, ou seja, o que dentro da cadeia é considerado contravenção e mesmo não sendo ainda sentenciadas, são alertadas para as punições aplicadas em caso de faltas.
As faltas dividem-se em duas: Faltas Leves e Gravíssimas. Sendo que as de teor grave (entre estas, o uso de aparelho celular) podem levar a reeducanda para o castigo mais “pesado” dentro da realidade carcerária, principalmente a feminina, que é ou o RDE ou RDD. Assim sendo, mesmo sem ter culpa configurada, a falta grave pode e leva a “contraventora” ao Regime Diferenciado.
Não são todas as Penitenciárias que aderem o R.O., porém, este é um percurso inicial recomendável, até para as reincidentes, a fim de se adaptarem a dinâmica da unidade prisional e a realidade que passará a viver.
Em razão deste procedimento, as visitas de parentes, também se restringem até a nova reclusa sair do R.O. e ir para o convívio com as demais encarceradas.
O fato de não poder receber visita e estar fora do “convívio” geral, não impede que a acusada receba “Jumbo” que pode ser depositado na unidade por qualquer pessoa maior de dezoito anos, desde que os pertences/compras a serem entregues, estejam dentro da relação de itens permitidos pelo sistema penitenciário.

Mulheres que não recebem visita
Para as Mulheres que não recebem visita, o final de semana é o “mais pesado” no transcorrer do tempo em que cumpre pena.
Pelo fato de algumas terem seus parentes sempre presentes, acabam recebendo alimento que normalmente é dividido no final da visita entre as parceiras de cela. Porém, há os casos de “x” (cela/xadrez) em que nenhuma das reeducandas recebem nada, assim sendo, passam o dia inteiro até anoite sem alimento algum.
Em situações conflitantes, em que o desespero se faz latente, não é difícil encontrar uma mulher, vasculhando um latão de lixo, em busca de alimento.
Mesmo passando quase vinte e quatro horas, sem se alimentarem, as “abandonadas” recebem um único lanche no no horário do jantar. Quase sempre é servido um pãozinho adocicado com uma “salsicha rosa,” “uma fatia de mortadela” ou “geléia/patê” não “identificado” pelo paladra…
“A ração do domingão”.
Estes fato, tornou-se um procedimento normal, uma vez que, (entre outros) serve para enxugar despesas e desperdícios, com uma minoria que se abastece de produtos vindos de fora. Em dia de visita, o lanche, tornou-se habitual, onde algumas o apelidaram de “ração do domingão”.
Enfim,
a cena mais triste, em um dia de visita é a hora que (quem esta de fora) presencia a despedida da reeducanda com seu(s) visitante(s). É impossível conter as lágrimas, pois estas vertem de filhos, mães, filhas, pais e principalmente das que ficam…
Quando uma pessoa é acusada de um delito e encarcerada, automaticamente, acaba carregando para dentro do cárcere também seus familiares. Por mais que se negue, e seja por deveras injusto, a realidade é que a discriminação se estende por quem não entende aos parentes e pessoas próximas.
Como se o sofrimento da família já não fosse o suficiente, este se agrava quando se vai a uma visita num presídio, principalmente em dia do chamado “plantão sujo.” Há toda uma formalidade para que seja permitida a entrada de um visitante em um Presídio (o que é normal). Porém, não se atentando ao fato de que todas as formalidades foram devidamente preenchidas, razão pela qual a visita se faz presente, tem funcionários que não se limitam e sem qualquer receio, tendem a tratar de forma desumana os que na fila esperam para adentrar os presídios.
Dificil Visita

Como se acusados e visitantes, fossem todos já sentenciados e respectivamente pelo mesmo crime, são indignamente recebidos. Havendo um total desrespeito e descaso que se alastra, sem qualquer importância em separar crianças, mulheres e idosos, estes são em diversas unidades e sem quaisquer razões “marcados”.

No entanto, há determinados dias, em que a visita parece impraticável, se em plantão normal, já existe uma minuciosa revista e esta nada agradável, em dia de “plantão sujo” a coisa piora. O plantão sujo é o dia (que como se fosse proposital), funcionários desgostosos com salário, trabalho, condições e latente discriminação, formam um turno para trabalhar.
Como se todos os erros da humanidade, brotassem pelas mãos das visitas, estes funcionários, são os que mais rotulam, castigam, ofendem e minimizam familiares, aplicando pena dupla a quem esta nos cárceres, (mesmo que seja apenas pessoa acusada, sem sentença penal condenatória transitada em julgado) imputando culpa a todos sem distinção.

Por incrível que pareça, a Mulher, mesmo na condição de visita, acaba sofrendo muito mais, assim como a Mulher encarcerada. Normalmente a revista que já é degradante, torna-se ainda pior, quando a voz autoritária e em tonalidade alta, sem distinção ecoa, colocando as mulheres, que às vezes, são mães indo visitar filhos, e crianças que vão visitar pais/mães detidos.

Se a pessoa visitante desconhece o dia de “plantão sujo” ou não tem outro dia para levar “jumbo” (compras e agasalhos) a situação piora. Primeiro a visita passa pelo balcão de revistas dos pertences, sendo que o proibido (como desodorante spray, só entra aerosol ou rolon, chaves, frutas cítricas, enfim) fica quase sempre em armarinhos ou aos cuidados de quem esta no balcão que entrega uma senha para a retirada do que fora deixado.

Neste dia, para evitar insultos deve ser evitado pacotes de balas, bolachas e chocolates, pois os agentes não silenciam e no mínimo exclamam: -“Você pensa que aqui é a ‘gozolândia’? Não é não! Isso é cadeia, falo”? –Revela Dona Mirtes que vai sempre que possível visitar sua filha, acrescentando: -“Eu sei que nem sempre as pessoas precisam estar de bom humor e sei também que o salário deles é ruim como o nosso. A vida afinal é difícil pra todo mundo. Mais a gente não pode pagar pelos erros do mundo. Sabe, eu sei que tem gente que traz coisas que a gente nem sabe se é pra comer ou usar, mais eu não e a maioria que vem aqui também não tem facilidade na vida. Acho injusto maltatar todos nós, se a minha filha errou, já esta pagando”… Lamenta.

Passado o balcão das revistas referentes ao Jumbo, às visitas passam por detector de metais (quase em todas as Penitenciárias é assim) então, vão para a salinha da revista pessoal. Lá se tira todas as peças de roupa e estas vão sendo entregues nas mãos das funcionárias (no caso de revista feminina), uma por uma. Depois, a visitante tem que jogar os cabelos para frente, abrir a boca, levantar a língua, agachando e levantando no mínimo três vezes. Existem revistas ainda piores, ou seja, mais profundas…
Banquinho eletronico
Modelo de um Banquinho eletrônico Por: Elizabeth Misciasci

Fora todo esse processo, ainda há as Penitenciárias que utilizam o “banquinho”, ou seja, banquinho eletrônico que detecta a presença de corpos estranhos no organismo.

O “banquinho” detector não é usado apenas na revista de visitantes, mais também na vistoria de reeducandas. As pessoas têm de ficar só com as peças íntimas e sentar no banco por alguns minutos. Embora haja dias, em que a “respectiva sentada” se faz sem nenhuma peça de roupa.

O “banquinho” possui um dispositivo dentro do assento gera um campo eletromagnético que detecta metais, como os que existem em celulares. O alarme então começa a soar e a piscar luzes. No entanto, ele não é o bastante para evitar a “revista”, pois não conseguem detectar drogas, apenas equipamentos metálicos.
“Olha fia a gente passa vergonha e fica com nojo, tem dia que o pessoal ta muito bravo e além de faze nóis senta pelada, ainda não bota papel, já cheguei a chorá”. –Comenta Dona Ana que por ir visitar a neta quase que semanalmente, nos impede declinar identidades e unidade prisional.

Há várias formas de relatar como é a “vida” numa Penitenciária Feminina. Por serem casos isolados, dentro de um sistema penitenciário variado, me possibilitou, (enquanto pesquisadora, escritora e posteriori presidente do Projeto zaP!) conhecer, ouvir e perceber a existência (não só no que trata a sobrevivencia), mais o cotidiano e parecer sob a ótica de cada uma delas. Sem dúvida alguma, posso afirmar que a “sobrevivência” e a posição destas, se divergem. Assim sendo, a Vida das Mulheres na condição de pessoa presa, não é vista, vivida, nem sentida de forma similar.
Diante de um sistema prisional construído por homens e para homens, as mulheres enfrentam situações específicas e graves. Neste quadro onde as condições ainda são pouco discutidas pelo poder público e praticamente desconhecidas pela sociedade em geral, uma imensa “fatia” tenta sobreviver.
Em tese as mulheres que estão aguardando julgamento, são as que enfrentam as piores condições. A superlotação e os relatos de maus-tratos são mais freqüentes. A assistência médica e jurídica é precária e quase não há trabalho remunerado que lhes permita obter a remição de pena (onde três dias trabalhados dão remissão a um dia de cumprimento na pena).

Sem nenhuma pretensão nem regionalismo, posso contar, recontar os milhares de fatos, relatos, desabafos e confidências que testemunhei. Talvez, pelo próprio vínculo de amizade que inevitavelmente criei e crio com muitas (a maioria) delas, sempre tive e tenho maior acessíbilidade aos acontecimentos cotidianos. Assim também se dá, nas variadas formas que estas mulheres encontram para demonstração (ou ocultação) de sentimentos e a maneira como algumas driblam e sobrevivem dia a dia encarceradas.

Pelo fato de termos muitas mulheres detidas em regiões diferentes, onde a cultura, a formação familiar, a formação educacional, a religião, a condição de maternidade ou não, as muitas estrangeiras, as que possuem relações afetivas fora dos cárceres, as casadas, as que são “laranja” as que são da “turma do vai pra onde o vento sopra” as do crime, e as do crime mais integrantes de algum partido “comandos” fazem com que cada qual passe suas experiências, de forma exclusiva, sendo totalmente pareceres pessoais.

De qualquer forma, e sem rótulos, quase sempre é assim…

Há as que preferem o cárcere, e se apegam a este, como de fato sua casa. Estas não demonstram desconfortos e quando podem relatam -“não quero sair daqui”.
Há, as que morrem a cada dia. Não conseguem conviver com o cotidiano, apenas suportam em silêncio as medidas disciplinares “pesadas”, as violências praticadas entre parceiras, as violências sofridas e praticadas por agentes, a falta de emprego, ou a exploração, a alimentação precária e o difícil período menstrual.
Há as que “fingem” que há uma multidão do lado de fora das muralhas esperando que saiam. Mais, na verdade, estas há muito foram literalmente abandonadas.
Há as que dizem: -“estou bem, melhor do que na rua”… Se comparada a vida que levavam. Estas, agradecem as amigas, a cama, a parceria, a comida e a “pousada”.
Há as meticulosas, que passam o tempo arquitetando e colocando em prática seus bárbaros projetos. Sejam estes para vingança pessoal ou de “parceiras”.
Há as que encontram na cadeia seu par. E vivem o tempo no cárcere, alimentadas de Amor (ou de muita briga) que chegam as vezes aos “extremos” e até fatais…
Há as que trabalham tanto, que só querem chegar em suas celas no final da tarde, para dormir. Pois assim o tempo passa mais rápido.
Há, as que mães, tiveram nos cárceres seus filhos e por estes sofrem do início ao fim.
Há as que gostam da denominação “ela é bandida” e há as que se envergonham de estar ou terem estado nos cárceres.
Sendo o inferno ou o conformismo diante de uma única opção, o fato é que as condições quase sempre, são desumanas e cruéis. Seja a visão de cada uma, reflexo de experiências boas ou ruins vividas nas ruas é certo que não são tratadas como Mulheres. Por mais que se esforcem os gestores de cada prisão, para amenizar problemas e proporcionar boa permanencia carcerária, não existem unidades criadas para aprisionar o feminil nem tão pouco manter de forma que atenda as necessidades que o sexo feminino exige. Assim, desconhecedoras dos direitos onde uma parcela razoável, adentrou muralhas vindas de um submundo, o pouco, muito vezes degradante é o tudo que ainda resta.
Contudo, um fator é comum: 99%, sofrem literalmente a Nível Nacional o latente abandono!
*Nota:- Por Elizabeth Misciasci O texto pode ser copiado, reproduzido, acrescentado em teses, artigos e tccs, trabalhos, pesquisas, desde que não seja alterado, nem mudado o teor e mencionada a autora, endereço e fonte.

NEGRIARA

Por Rafael Menezes
Eu sou o avesso do que o Sr. sonhou para o seu filho. Eu sou a sua filha amada pelo avesso. A minha embalagem é de pedra mas meu avesso é de gesso. Toda vez que a pedra bate no gesso, me corta toda por dentro. Eu mesma me corto por dentro, só eu posso, só eu faço. Na carne externa quem me corta é o mesmo que admira esse meu avesso pelo lado de fora. Eu sou a subversão sublime de mim mesma. Sou o que derrama, o que transborda da mulher. Só que essa mulher sou eu, sou o que excede dela.
Ou seja, eu sou ela com um plus, com um bônus. Sou a mulher que tem força de homem, que tem o coração trabalhado no gelo. Que pode ser várias, uma em cada dia da semana. Eu tenho o cabelo que eu quiser, a unha da cor que eu quiser. Os peitos do tamanho que eu quiser, e do material que puder pagar. O que eu não trocaria por uma armadura medieval , uma prótese blindada talvez. A prova de balas, a prova de facas. Uma prótese dura o suficiente para me proteger de um tiro e maleável o suficiente para ainda deixar o amor entrar.
Bailarina troglodita de pernas de pau. Eu fui expulsa da escola de dança e aprovada em primeiro lugar na escola da vida. Vestibular de morte, na cadeira da “bombadeira”, minha primeira lição. Era a pele que crescia e me dava a aparência que eu sonhava. Conosco, a beleza e a morte andam de mãos dadas.
No mesmo trilho de uma vida marcada por dedos que apontam ate o fim da existecia.
Na minha esquina. Sim, aqui as esquinas tem donos. A noite, meninas como eu ou como outra qualquer, usando um pedaço de tecido fingindo ser uma saia, brincos enormes, capazes de fazer uma mulher comum perder o equilíbrio e um salto de acrílico de altura inimaginável, que a faz sentir-se inatingível. Ela merece uma medalha.
Para um carro, um homem ao volante que deixa em casa sua mulher, e quer ser mulher, ate mais feminina que nós talvez. Porque dessa vez os litros de silicone, os cabelos tingidos, os brincos enormes, o saltos altíssimos não impressionaram a ele. Seu desejo é pelo que ela não mostra nas ruas, ela vai ter que se ver como homem mais uma vez. E a vida segue. Muitas morrem, outras nascem cada vez mais novas. E assim elas vão, desviando dos tiros, esbarrando no preconceito, correndo da polícia. Mas sempre com um batom nos lábios, um belo salto nos pés e na maioria das vezes um vazio no coração.
Ela não precisa de redenção.

NEGRIARA

O governador Antonio Anastasia anunciou nesta sexta-feira (23) os nomes dos novos dirigentes da Polícia Civil de Minas Gerais. O Corregedor Geral de Polícia Civil do Estado, Cylton Brandão da Matta, assumirá a chefia da corporação no lugar do delegado-geral Jairo Léllis.
O chefe-adjunto de Polícia Civil, delegado-geral Jésus Trindade Barreto Júnior, também deixará o cargo. Em seu lugar, assume a delegada-geral Maria de Lurdes Camilli, atualmente chefe do 5º Departamento de Polícia Civil, sediado em Uberaba.
Nesta manhã, Jairo Léllis Filho colocou o cargo à disposição. A decisão foi tomada em conversa com o governador Antonio Anastasia nessa quinta-feira (22).
Cylton Brandão da Mata ingressou na Polícia Civil de Minas como delegado em 1986. Atuou como titular nas comarcas de Paracatu, Lagoa Santa, Montes Claros, Manga, Capim Branco, Santa Luzia e Belo Horizonte. Foi coordenador da Delegacia Adida ao Juizado Especial Criminal de Belo Horizonte entre os anos de 1996 e 1999, subcorregedor de Polícia entre os anos de 2003 a 2006 e delegado regional de Uberaba, entre 2006 e 2007. Foi diretor-geral da Academia de Polícia Civil de Minas Gerais (Acadepol) entre 2007 e 2011 e, atualmente, atua como Corregedor Geral de Polícia Civil de Minas.
Maria de Lurdes Camilli ingressou na Polícia Civil em 1984, como escrivã na Delegacia Regional de Segurança Pública de Juiz de Fora. Em 1985, tornou-se delegada e, em 1986, assumiu a titularidade da Delegacia de Crimes Contra a Mulher em Poços de Caldas. Em 1987, assumiu a Delegacia de Crimes Contra Mulher de Ituiutaba e, em 2005, a diretoria geral da Acadepol, sendo a primeira mulher a ocupar este cargo. Foi também chefe do 10º Departamento de Polícia Civil, sediado em Patos de Minas.

 O que pensamos sobre:

 Essas mudanças devem ser vistas como normais em qualquer contexto organizacional. Secretários (e o Chefe da Polícia Civil tem esse status)saõ funções governamentais para a viabilização das políticas públicas estatais. Um secretário não é, nem nunca foi, um representante de classes. Fico admirado com a falta de conhecimento sobre o jogo político de alguns representantes da classe dos policiais civis. É comovente a ignorância política dessas pessoas. E, o pior, que são seguidas por muitas outras. Não quero aqui dizer que a segurança pública vai otimamente bem em Minas. Mas, percebo nas matérias jornalísticas que há muita emoção e muito radicalismo em alguns setores da Polícia Civil. Com isso deslocam-se para um perigoso isolamento na arena política. A Polícia Civil tem que parar de eleger inimigos, parar de justificar sua falta de gestão administrativa, uma vez que, alegam, não crescem por causa dos Coronéis da PM. Tem que parar de levantar a bandeira contra o poder investigatório do MP, já previstos em Acordos Internacionais ratificados pelo Brasil, Leis, Resoluções, etc. Tem que parar de utilizar em suas análises de conjuntura, teorias de segurança pública da década de 80 e já absoletas, ou sejam, tem que recontextualizar os seus pensamentos. Espero, do fundo do meu coração, que não só a Polícia Civil, mas todos os órgãos responsáveis pela minha segurança e a de meus familiares, evoluam, cresçam, sejam mais eficientes. Todos. Todos. Mas, principalmente, ao que me parece, a nossa honrada Polícia Civil. Temos que ter uma Polícia Civil forte e eficiente. Mas isso passa por gestão eficiente e moderna e postura forte na arena política, com argumentações consistentes, projetos modernos e, sobretudo, posicionamento forte na arena política, coisas que o radicalismo isolado para o qual caminha nunca a ofertará.

NEGRIARA

Delegado disse que discussão seria porque duas jovens são homossexuais.
Envolvidos prestaram depoimento e devem sofrer penas alternativas.

A mãe de uma aluna aplicou golpes de faca em duas estudantes na tarde desta quinta-feira (22), dentro da sala da diretoria em uma escola estadual, em Galia (SP). De acordo com a Polícia Civil, as três estudantes, uma maior de idade, discutiram e uma delas foi agredida.
A direção pediu a presença da mãe da jovem que teria iniciado a confusão. Neste instante, as outras duas teriam invadido a sala da direção. Uma nova discussão foi iniciada e, a mãe, que portava uma faca, pegou o objeto e acertou as duas estudantes no braço.

saiba mais

  • Jovem é agredida na porta da escola por mãe de aluna com quem discutiu

A polícia foi acionada e levou as pessoas envolvidas à delegacia. Depois de prestarem depoimento foram liberadas. As duas jovens atingidas pelas facadas passaram pelo Pronto-Socorro e estão bem.

Objeto foi apreendido pela polícia da cidade (Foto: Reprodução/TV Tem)Objeto foi apreendido pela polícia da cidade (Foto: Reprodução/TV Tem)

O delegado informou que o motivo da discussão teria sido provocada porque duas das trêsestudantes são homossexuais. Já uma pessoa da família da autora das facadas disse que ela está em tratamento psicológico.
Os envolvidos assinaram um termo circunstanciado e deverão sofrer uma pena alternativa, como prestação de serviços à comunidade ou pagamento de cesta-básica.
Outros casos
A agressão em Gália foi a terceira registrada em escolas do Centro-Oeste Paulista em uma semana. Na quarta-feira (21), a diretora de uma escola estadual de Marília (SP) quando chegava ao trabalho na escola estadual Valdemar Muniz. De acordo com informações da polícia, o pai de três alunos da escola se alterou por não concordar com o regimento da escola, que não permite que estudantes atrasados entrem na primeira aula.
De acordo com boletim de ocorrência, a mulher foi agredida com chutes e socos. Em nota, a Secretaria Estadual de Educação disse que a diretora recebeu todo o apoio e atendimento médico e que Diretoria de Ensino vai comunicar o fato ao Ministério Público.
Na segunda-feira (19), um aluno de dezessete anos agrediu um professor após ser repreendido por estar fora da sala de aula. O adolescente deu socos e chutes na vítima. O jovem precisou ser contido por outras duas professoras que estavam no local. A Secretaria de Educação informou que o aluno foi suspenso por três dias.

 

NEGRIARA
 Vídeo de uma briga onde um homem covarde e marrento parte pra cima de uma mulher, o que ele não esperava era que ela fosse acertar nele um soco direto na cara. O rapaz grande e forte caiu no chão com a pancada e viu estrelas, ao tentar se levantar ainda caiu novamente. Confira!

Últimos Comentários 

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Porra q soco lokoooooooo!!!!kkkkkkkkkkkkkk
Parecendo lutadora do UFC!!!!
Matheus 13 anos, Berlandia – 22/06/2011 21:59

Toma q e degraça seu merda valentao tomo nas orelha seu cuzão
wilson, bicas-minas gerais – 19/06/2011 23:39

não sei qual foi o motivo,mas…pena pois a menoria dos homens pensam por que são homens tem mais força que as mulheres e as acridem ridicularment,mas não esperam tal reação rapidas feminina,hahahahahaha é isso ai,adorei.
antonio flavio mialet dalavia, são josé do rio claro-mato grosso – 19/06/2011 17:24

Heita guria….na cama isso deve se d+ em…kkkkk
Cara LOk…
Jacksim, Londrina Pr – 15/06/2011 16:37

ta loko mexe com quem esta quieto!! hehehe!!!!!!
roberto, cuiaba MT – 08/06/2011 15:03

essa é boa para os homem cusão
fabiula, bauru – 07/06/2011 21:12

KKKKKKKKKKKK , euri .
que cruzadão , RIORIORIORIROIROIRORIO ‘
Douglas . F, RJ – 29/05/2011 15:29

que coisa boa cara o marrento vai da uma de bravo e acaba levando um baculejo na orelha tomakkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
jairo feitosa, santa brigida – 26/05/2011 18:40

esa mulher e o incrivel kulk
ou o supermen
felipe, rj – 26/05/2011 15:39

Adorei!!! Q inveja dela !! Meus parabens! Essa ´pra todos os covardes q gostam de nater en mulher. Pois não tem capacidade pra brigar com outro homen
Joana, Rio de janeiro, Pavuna – 26/05/2011 09:34

É canhota a safadinha…
Mas o cara deito bonito kkkkkk
Gabriel, Pelota – 25/05/2011 16:02

lasca ele depois da a ele
adf, olinda – 25/05/2011 10:51

Bem feito todo metido a machão deveria encomtrar com ela por ai kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Fernanda, Brasilia df – 23/05/2011 23:55

Fiquei querendo saber o que era aquilo nos braços dela que ele arremeço no chão?? era uma abobora?? e se for uma abobora, que diabos essa mulher tava fazendo com essa abobora?? kkkkkkkk, será que a abobora foi o pivor da briga??… kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk, essas é das minhas bate e corre..kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk, fica prá que pora??!!,,..
Bruna, Candeias- Ba – 22/05/2011 22:00

ESSA FOI DEMAIS
CIANA, MANAIS – 21/05/2011 13:20

o maniaco vai procurar mulheres em outro site o animal
kkkkkkkkk
otario
denis, al – 18/05/2011 21:49

marcojau2009@hotmail.com
Msn só para mulheres loucas por sexo
mark, sp – 18/05/2011 20:47

esse cara fumo ummmm veio
nessa, al – 16/05/2011 09:23

qual banda calcinha preta ?
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
pan vc é viadoooooooooooooooo
denis, al – 12/05/2011 16:24

ESSA FOI OTIMA.AGORA VÊ SE APRENDE A RESPEITAR UMA MULHER!SEU IDIOTA MERECIA ALGO BEM PIOR!EU ACHO QUE O OUTRO QUE ESTAVA LA ERA VIADO PORQUE SÓ FICOU OLHANDO.SÓ PODE SER!!!
DAVI, S/P – 11/05/2011 08:51

NEGRIARA
 Resumo:

O objetivo do texto que se segue, é versar sobre algumas questões para uma possível reflexão de natureza conceitual entre História e as relações de gênero e raça, dando ênfase especial à obra literária de Toni Morrison – Amada e as discussões empreendidas pela historiadora, militante feminista Joan Scott, discorre também sobre o papel da História e da Narrativa no trato das relações de gênero, raça e violência enquanto objeto de estudo indispensável e “categorias úteis de análise histórica”.

Palavras-chaves: História, Mulher Negra, Narrativa, Categoria

 Certos assuntos requerem muita ousadia em sua abordagem, certas questões estão tão espinhosamente incrustadas no senso comum ou tão naturalizadas através de uma perspectiva tida como “auto-evidente” que qualquer tentativa de pensá-la a partir de outros prismas enfrentará ferrenhas resistências. Esse é um dos motivos pelos quais o livro Amada (1987), de Toni Morrison pode ser considerado uma das grandes obras da literatura mundial. A Academia Sueca sublinhou, ao laureá-la, sua “força visionária e relevância poética”, duas características que podem ser tranqüilamente vislumbradas em Amada.
O “simples” fato de abordar a questão da escravidão, por mais que essa tenha “oficialmente” terminado, mostra como a questão da discriminação racial e preconceito ainda estão borbulhando nas relações sociais, aflorando ocasionalmente e constituindo-se prática cotidiana dependendo do entorno social que as circunda agravando-se na condição de mulher. Aprofundar um olhar sobre o período pós-abolição, procurando deslindar como a extinção “oficial” da escravidão foi um processo que não pôs um fim para a “questão racial”, desconstruindo certas visões de um dos baluartes da democracia e da igualdade, é, definitivamente, um ato de ousadia. A sensibilidade da autora tem de ser destacada aqui, pois, lidar com um tema tão intrincado como a escravidão sem cair em uma visão por demais melancólica ou que coloca os escravos como vítimas passivas que nada faziam para mudarem sua condição são, para começo de história, um diferencial do livro e evidência de uma compreensão dos escravos enquanto sujeitos de suas histórias.
Tratando de uma questão muitíssimo atual e percebendo nuances que somente uma compreensão ampla poderia proporcionar, Toni Morrison constrói um trama muito interessante sobre como “marcos históricos” escondem perspectivas individuais muito mais ricas e peculiares, que revelam detalhes muito mais significativos do que obsessões totalizantes. Nada mais adequado para mergulhar no universo cotidiano dos escravos do que lastrear sua obra no espectro de significados e experiências deles próprios, mesmo que essas sejam tão dolorosas quanto as “árvores” de feridas que marcam suas costas laceradas pelas chibatas de seus ex-senhores. O grande valor do livro não se encontra na abordagem das metafísicas, mas sim na forma como retrata a questão da memória, do imaginário social coletivo, e do sentimento de resistência do elemento negro em relação as mazelas da escravidão. A história pode colaborar na luta pela promoção de uma sociedade com relações de gênero e raça não hierárquica? É papel desta área de  conhecimento  se  preocupar  com  esse  tipo  de  problemática?  Essas  são  algumas  perguntas  que  devem  ser enfrentadas, e cabe às(aos) historiadoras(es) sensíveis a esse debate promover esse enfrentamento. Este texto se propõe a elucidar algumas questões no que se refere à relação entre gênero, raça e História, a partir do pensamento defendido pela historiadora Joan Scott, intelectual feminista, preocupada em esclarecer essa relação.
Costuma-se pensar a História como instrumento de conhecimento  da realidade humana, uma narrativa cuja função é explicar as sociedades a partir de modelos de diferentes matrizes (CARDOSO & VAINFAS, 1997:441-449). Ao concebê-la dessa forma, passa-se a impressão que a realidade, isto é, acontecimento passado ou presente, é algo que possa ser apreendido, traduzido e transmitido por esta ciência.
Porém,  há  quem  questione  esta  concepção  de  História  e  faça  crítica  à  noção  de  fato  histórico  aí empregada;Jacques Le Goff é um deles. Segundo Le Goff  “não há realidade histórica acabada, que entregaria por si própria ao historiador”, assim, o historiador como todo homem de ciência, “diante da imensa e confusa realidade faz sua opção” e constrói sua explicação do passado (LE GOFF, 2005: 42). Logo, é o historiador, que, diante dos diversos materiais deixados pelo passado, de testemunhos que procuraram guardar o sentido de cada momento e de cada experiência vivenciada pelos sujeitos históricos, escolhe aqueles que terão direito a aparecer; é  ele  quem  seleciona,  recorta  e  faz  aparecer  os  discursos  que  terão  a  oportunidade  de  se  apresentar  enquanto conhecimento histórico de uma época e lugar. Foucault, refletindo sobre esse deslocamento da concepção desta área do conhecimento, afirma:

A história mudou sua posição acerca do documento: ela considera como sua tarefa primordial, não  interpretá-lo,  não  determinar  se  diz  a  verdade nem  qual  é  seu  valor  expressivo,  mas  sim trabalhá-lo no interior e elaborá-lo: ela o organiza, recorta, distribui, ordena e reparte em níveis, estabelece  séries,  distingue  o  que  é  pertinente  do  que  não  é,  identifica  elementos,  define unidades, descreve relações (FOUCAULT, 2007: 7).

Comungando  com  este  debate,  Joan  Scott,  professora  de  Ciências  Sociais  no  Instituto  de  Estudos Avançados  em  Princeton,  historiadora  e  militante  feminista  norte-americana,  defende  a  idéia  de  que  o  conhecimento histórico não é só um simples registro das mudanças nas organizações sociais ao longo do tempo,  mas também, um instrumento que participa da produção do saber sobre estas organizações. Sua reflexão tem se voltado, principalmente, no sentido de perceber como esta área do conhecimento tem participado na produção do saber  sobre  a  diferença  sexual.  Para ela  a  “História é  tanto  objeto  da  atenção  analítica  quanto  um  método  de análise. Vista em  conjunto  desses  dois  ângulos,  ela  oferece um  modo  de  compreensão  e  uma  contribuição  ao processo através do qual gênero é produzido” (SCOTT, 1994: 13-14).
Fica  evidente,  diante  desta  perspectiva,  que  o  conhecimento  histórico  não  é  o  documento  fiel  da realidade vivida, logo, não documenta as reais e únicas condições vivenciadas por homens e mulheres ao longo do tempo, ela sim, oferece um modo de compreensão e uma contribuição ao processo através do qual gênero é produzido. Desse modo pretendo aqui abarcar uma visão acerca da condição social da mulher negra na obra Amada de Toni Morrison, que traça heranças culturais da raça negra, o desconforto da prisão expressiva e o bloqueio do convívio social nos Estados Unidos. Acredito que o texto ajudará a entender o surgimento de uma nova perspectiva ideológica no solo norte-americano, através da literatura de autoria feminina negra.
É nesta acepção de abatimentos de forças que ocasionam nas narrativas das mulheres negras, fortes repercussões, até mesmo, porque suas produções são vinculadas ao passado histórico, dos princípios que tiranizavam. Mintz  & Richard, (1992: 133) chama atenção referente ao passado
O passado deve ser visto como a circunstância condicionadora do presente. Não cremos que o presente possa ser “compreendido” – no sentido de se explicarem as relações entre diferentes formas institucionais contemporâneas – sem referência ao passado.
O passado é a base para entender o presente, a visão ideológica da literatura feita por escritoras negras expressa essas circunstâncias, lança no público alvo reflexões sobre o que elas eram, o que são hoje e o que pode ser amanhã. Isso funciona como uma tática para travar na arena o combate contra os sistemas de regras raciais. Mesmo depois da  abolição da escravatura, os negros nos Estados Unidos eram obrigados a obedecer a diversas leis, eram proibidos de entrarem em algumas lojas, restaurantes e bairros. Inúmeras eram as formas de discriminações.

As idéias feministas ganham espaço nos Estados Unidos a partir dos anos 60 com os movimentos em prol dos direitos civis, tais mobilizações deram suporte para desenvolver nas escritoras negras a consciência crítica em demonstrar as suas visões políticas – culturais entre o meio militante e os centros acadêmicos, com o intuito de serem auto-reconhecidas, colocaram-se como sujeitos militantes, disputando o poder de construção de imagens e narrativas auto-representativas, problematizando papéis que exerceram na vida social, para assim constituir o perfil de suas próprias feições sociais e culturais, que foram demonstradas no universo literário. Warhol & Price, (1991) argumentam o modelo destas representatividades:
O que as escritoras negras tem consistentemente à nos mostrar são formas de rendição da mulher negra até os dias de hoje, bem como o lugar que elas ocupam no mundo em que vivem e a forma como elas definem seus impulsos e ações frente a opressão e o medo.(1991:249).
Este modelo de escrita das negras de auto se retratarem é uma arma para atacar as classes superiores, o governo e principalmente abolir a política racista, cujos paradigmas literários são a representatividade de um único caminho eficiente para assegurar o desenvolvimento de uma cultura que foi aterrorizada e escravizada por séculos. No caso das mulheres negras, por serem inseridas em uma sociedade racista, machista e socialmente hierarquizada, não havia outros espaços, a não ser, viver escanteada em seus lares, por sua vez, esta sufocação vai contribuir para a produção de escritas autobiográficas, libertando-as desse abafamento e desabafando o seu imaginário. Essa especificidade peculiar da arte feminina traz à tona a sua visão de mundo partindo do universo interior, descobrindo o que havia por traz dessa condição feminina, no intuito de dar luz libertadora a cruel opressão vivenciada por estas mulheres.
A construção da narrativa das vidas dos personagens em Amada acontece de forma não linear, não tem pontos firmes de espaço e tempo, há a presença de diferentes vozes que compõe fragmentos de memória, histórias vivenciadas e recontadas algum tempo depois. Constroem e reconstroem acontecimentos do passado com pontos obscuros e incompreensíveis nos fatos das trajetórias das pessoas.
O tecido textual em Amada inicia-se no ano de 1873 em Cincinnati, Ohio, onde a mãe, Sethe, uma das protagonistas do romance foi escrava e no tempo presente da história, vive com a sua filha caçula de 18 anos, Denver, em uma casa completamente assustadora e perturbada, a 124 Bluestone Road.  Os outros dois filhos de Sethe, que se chamam Howard e Buglar, fugiram com medo do fantasma que assombra a casa. A filha mais nova, Denver, adora o fantasma, pois como a maioria das pessoas, acredita que é o espírito da sua irmã mais velha. A mãe, Sethe era escravizada na Sweet Plantation, local onde se via todo tipo de maltrato, massacre, estupro castigos onde os escravos viviam em condições sub-humanas. Sethe grávida de Denver fugiu deste inferno, já cansada com os pés maltratados todos feridos não agüentava mais andar, por sorte uma menina ruiva, Amy, encontra Sethe na floresta tentando atravessar o rio para chegar à casa de Baby Suggs, sua sogra, Amy  a garota branca ao ver a situação dos pés inchados de Sethe causada pela fuga compara com os pés de um cadáver afogado em um rio, e diz: “Olhe só. Uma preta cada uma que agente vê”. E encontra nas costas de Sethe as  profundas cicatrizes no formato de uma laranjeira, Dizendo:”Você é a coisa mais horrorosa que já vi”.  Por conseguinte, Sethe sente dores fortíssima na barriga chegou o momento de dá a luz a filha que estar por vim. A garota vendo todo o sofrimento daquela escrava ajuda no parto de Denver. Com o sucesso do parto e da dificultosa fuga, chegou Stamp Paid, dono do barco que ajuda Sethe chegar até a casa da sogra Baby Suggs. A fuga e o nascimento de Denver são descrito muitas vezes sendo apresentado de formas distintas, mas reformulam um mesmo fato. Primeira versão é uma lembrança de Denver, pois esta é a história que ela mais gostava do passado da mãe. Depois Sethe conta para Paul D,fornecendo novas informações e opiniões pessoais.Denver mais tarde narra o acontecimento para Beloved de forma mais detalhada. Após a fuga e o nascimento de Denver Sethe passa 28 dias de contente tranqüilidade encontrando os três filhos e se recuperando da fuga e do nascimento de Denver. No entanto, o atual senhor da Sweet Plantation, schoolteacher, a encontra e quer levá-la de volta. Para evitar a escravidão de seus filhos, Sethe resolve matá-los, porém, somente a filha mais velha é assassinada. Prefere vê os filhos mortos do que vê –los sendo escravos.  Essas histórias eram contadas na narrativa de maneiras desconexa, o enredo não é composto por eventos que acontecem enquanto são narrados; ele é realizado por imagens da memória de diferentes personagens, que se juntam para retratar um passado que eles não desejam guardar,mas que não conseguem apagar. Dezoito anos, se passaram e uma misteriosa mulher aparece na 124 Bluestone Road, chamada Beloved – nome escrito no túmulo da filha -, e passa a viver com Seth, Denver e Paul D. A personagem transforma a vida  da família ao desenvolver uma admiração obsessiva por Sethe, que se sente culpada pelo infanticídio cometido anos antes e as lembranças de um passado que sempre tentou esquecer. A narrativa de Amada é contada no presente por um narrador em terceira pessoa. Quando o narrador intercala os flashbacks contados pelos personagens, a narrativa passa a ser em primeira pessoa. Os relatos e lembranças do passado na fazenda Sweet Plantation e a violência da escravidão são revelados aos poucos e de forma dolorosa pelos personagens.

[…] lá estava a Sweet Home rolando, rolando diante de seus olhos, e, embora não houvesse uma única folha naquela fazenda que não lhe desse ganas de gritar, Sweet Home desenrolava-se diante dela numa beleza desavergonhada. Nunca parecia tão terrível como de fato era, o que fazia Sethe se perguntar se o inferno não seria um lugar bonito também. (Morrison, 1987:14 -15)

As lembranças, aos poucos eram revividas, de forma completamente árdua, relembrar fatos passados é viver para esse cenário, que dificilmente será apagado de suas mentes, Portanto, a Sweet Home era vista por todos que passavam por lá como um local massacrante.
As principais características dos ideais feministas é a forma como as escritoras negras envolveram-se no seu peculiar papel de auto-representação, com intuito de causar reflexão no público e fazer com que entendam a sua posição ideológica. Em Amada, Toni Morrison usa a literatura para expressar a consciência da sua raça na cultura americana e levar o leitor a examinar minuciosamente assiduidade do apreço opressivo incorporada na condição da mulher negra. A opressão sofrida pelas negras revela uma visão de crueldade e desrespeito pelo o ser humano. Podemos concluir que a obra Amada(1987) investiga o binômio paradoxal da criação e destruição, união e separação potencialmente inerente na relação mãe/filha, através da narrativa literária.
A narrativa:
Elaborando mitos, a autora lança sua mensagem simbólica no inconsciente coletivo dos leitores e manifesta a sua persistente negativa de ser convencional. ‘Empoando o mito’,  ela  examina  e  desenvolve  as  tensões  entre  os  mitos  ocidentais  e  os  outros  mitos  para analisar a contraditória realidade da sociedade americana. As realizações de intertextualidade e intratextualidade entre os mitos são um pretexto a experimentação narrativa. O exagero implícito no fato mítico gera uma linguagem excessiva, redundante, hiperbólica. O discurso narrativo leva a vida  ao  inevitável  conflito  causado  pela  colisão  da  ambição  com  a  realidade  freqüentemente opressiva na qual se debatem os personagens para dar um senso à própria existência. É esta luta, a natureza essencial no discurso narrativo da Morrison, que se faz veiculo no ímpeto poético contra a vulgaridade ou quiçá, do ímpeto poético no vulgarismo, como meio de auto criação, e não de mera sobrevivência; mas sim de vida. Trata-se de um desafio aberto, profundamente, radicado na cultura afro-americana. Ainda sobre o seu discurso é fundado no implacável jogo da inversão e da extensão semântica, onde as palavras e seus possíveis significados ressaltam continuidade ao longo  do  percurso  contrariamente  irônico,  contradição  absurda,  conflito  grotesco,  paradoxo, oximoro . É um discurso cuja referência continua à especificidade cultural e étnica da escritora, fazendo-se paradigmático. Isto vale para sua íntegra qualidade – com a intenção entre oralidade e escrita  que  se  deriva-  pelo  estilo  preponderantemente  elíptico  de  narrar,  e  ainda  do  seu  ser caracterizado pela interação das múltiplas versões da mesma estória com as narrações dos muitos narradores de segundo grau, com extraordinária capacidade de capturar o som da língua afro- americana.  Não  é  sempre  que  a  escolha  no  falar  narrativo  vem  controlada  pela  influência  de Morrison, às vezes parece ao contrário.
A  sedução  ao  texto  vem  fantasiada  da  própria  magia  quando  não  se  sabe  resistir  a tentação implícita em certos virtuosismos, que instigam as exibições acrobáticas: aquela síncope entre  o  auto compadecimento  e  a  antagônica  agressão  ouvinte/leitor  e  o  narrador  potencial  e antagonista [típico arquétipo do narrar afro-americano onde o falante aventura-se no paroxístico desafio de superar-se sempre e ainda ao próprio adversário.
Dessa forma,  avaliando  a  importância  da “ história  das  mulheres”,  não  desprezando,  mas  também  não supervalorizando  tais  estudos,  a  historiadora Joan Scott,  faz  um  balanço  dos  avanços  que  ela  possibilitou,  sem  perder  de vista seus limites, pois, seu “desafio subversivo” ficou aparentemente contido em uma esfera separada que ela mesma criou. Sente-se a necessidade de ir adiante, e urgência em discutir questões mais profundas, Scott chama atenção  que  somente  seguindo  pelo  caminho  que  a  “história  das  mulheres”  havia  aberto  não  seria  suficiente. Portanto, é na  busca em aprofundar  discussões e analisar de modo mais rigoroso o processo de como se dá e porque se reproduz a invisibilidade da mulher no processo de produção do conhecimento histórico, que surge o conceito de “gênero como categoria útil de análise”. O conhecimento histórico, segundo Scott, é parte da política de sistema de gênero. O discurso histórico, por  exemplo,  quando  nega  visibilidade  às  mulheres  perpetua  também  sua  subordinação  e  sua  imagem  de receptora  passiva  da  ação dos  demais sujeitos  da História (SCOTT, 1994:50). Cabe,  portanto,  a história, a literatura e demais  áreas  do saber perceberem o quão é importante  produzirem, alertarem sobre as diferenças sexuais de opressão, fazendo deste campo  parte de uma “política” de representação de gênero  buscando encontrar respostas sobre a invisibilidade das mulheres negras. Todavia restam algumas lacunas: Quais arranjos contribuíram(em) para a construção, manutenção e questionamento de gênero ao longo do tempo?
Considerações Finais
Essas  são  algumas  das  questões  que  pedem  respostas  e  ao  respondê-las  se  está  aos  poucos  fazendo emergir uma História que oferece novas perspectivas às velhas questões; redefine antigas questões em termos novos; torna as mulheres visíveis como participantes ativas; estabelece uma distância analítica entre a linguagem aparentemente  fixada  do  passado  e  nossa  própria terminologia  e  por último,  mas  não  menos  importante, abre possibilidades para reflexão sobre as estratégias políticas feministas atuais e futuras, já que sugere que gênero tem  que  ser  redefinido  em  conjunção  com  uma  visão  de  igualdade  política  e  social,  incluindo  além  do  sexo, classe e raça (SCOTT, 1994: 17-18). As experiências das mulheres negras escravizadas devem ser levadas em conta na hora de se escrever a história da escravidão e do próprio país, pois o conhecimento das suas experiências, suas estratégias de sobrevivência e de mobilidade social, não apenas permite que a história das mulheres seja vislumbrada por um prisma mais amplo e, portanto, mais próximo da realidade, como torna possível uma revisão crítica de toda escrita histórica.O objetivo deste trabalho é, portanto, iniciar uma investigação sobre em que medida a condição social feminina e negra se diferia das outras categorias sociais.
É  esse  o  desafio  que  o  conceito  de  gênero  coloca  para  a  História;  é  esta  a  tarefa  que  esta  área  do conhecimento deve empreender, para desse modo ser um instrumento útil na construção de uma sociedade com relações mais eqüitativas no que se refere a mulheres negras e homens, sujeitos históricos de igual valor no processo de constituição das sociedades.

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